O glaucoma é uma patologia ocular que causa danos progressivos no nervo óptico e caracteriza-se por uma perda de tecido nervoso que causa a perda de visão. O nervo óptico é um grupo de aproximadamente um milhão de fibras nervosas individuais que transmite sinais visuais desde o olho ao cérebro.
A forma mais comum de glaucoma, glaucoma primário de ângulo aberto, associa-se ao aumento da pressão dos fluidos dentro do olho. Este aumento da pressão causa danos progressivos no nervo óptico e a perda de fibras nervosas. Instala-se de modo silencioso, a visão central costuma estar preservada até aos estágios finais. Por todos estes motivos, geralmente é diagnosticado durante uma consulta de rotina, seja com base no aumento da pressão intra-ocular, seja pela presença de alterações sugestivas na papila do nervo óptico e dos campos visuais. O glaucoma avançado pode mesmo provocar a cegueira.
Nem todas as pessoas que sofrem de pressão intra-ocular alta desenvolvem glaucoma e muitas pessoas com pressão ocular normal sofrem de glaucoma. Quando a pressão dentro do olho é demasiado alta para esse nervo óptico específico, independentemente do valor que tenha essa pressão, produzirá glaucoma. A este tipo de glaucoma designou-se de glaucoma de baixa pressão, em que a pressão permanece dentro dos valores normais, mas o nervo óptico apresenta alterações
A OMS estima em 4,5 milhões de pessoas cegas devido a esta patologia. Em Portugal, cerca de 200000 pessoas apresentam pressões oculares elevadas das quais 1/3 sofre de glaucoma. Estes valores são fornecidos no programa Nacional para a saúde da visão, 2004. Frequentemente ocorre em pessoas com mais de 40 anos, apesar de existir uma forma congénita (glaucoma infantil). As pessoas com uma história familiar de glaucoma, os de raça negra de mais de 40 anos e todos com mais de 60 anos correm um risco maior de desenvolver glaucoma. Outros factores de risco incluem córneas mais finas, inflamação crónica do olho e a utilização de medicamentos que aumentam a pressão intra-ocular.
A forma mais comum de glaucoma, glaucoma primário de ângulo aberto, desenvolve-se lentamente e geralmente sem sintomas. Muitas pessoas só se apercebem quando já ocorreu uma perda significativa de visão. Inicialmente, afecta a visão periférica ou lateral, mas pode avançar até uma perda da visão central. Se não se trata o glaucoma pode evoluir para a perda de visão em ambos os olhos.
O tipo menos comum de glaucoma, glaucoma agudo de ângulo fechado, geralmente ocorre abruptamente devido a um aumento rápido da pressão no olho. Os sintomas incluem dor ocular severa, náuseas, forte hiperemia, aparecimento de anéis coloridos em redor das luzes e visão enublada. Esta condição é uma emergência médica, uma vez que a perda de visão pode ser imediata.
Actualmente o glaucoma não se pode prevenir mas, se diagnosticado e tratado atempadamente, pode ser controlado. Os medicamentos e/ou a cirurgia podem retardar e evitar uma perda de visão. Contudo a visão que se perde com o glaucoma não se pode recuperar. Existem exames auxiliares de diagnóstico que devem ser feitos quer para diagnóstico quer para acompanhamento da patologia
Na consulta optométrica, devem ser efectuadas medições da pressão intra-ocular, assim como a observação dos fundos oculares através do exame com oftalmoscópio, para observar e determinar os sinais físicos de possíveis alterações do nervo óptico.
Se o glaucoma já estiver instalado o exame de campos visuais permite analisar a extensão da lesão, este exame será também muito útil no acompanhamento da doença.
Para mais informações sobre esta patologia visite o seguinte site www.glaucoma-association.com